quinta-feira, 4 de novembro de 2010

PLANO PILOTO LITERAL


Transferir a Capital Federal do Rio de Janeiro para o interior do Brasil foi um dos fatos mais marcantes da história brasileira. Ao mesmo tempo que incentivamos o desenvolvimento do Centro-Oeste, criamos empregos e mostramos ao País e ao mundo do que éramos capaz.

Bom, passado um tempo, alguns problemas começaram a aparecer. Não estou falando da falta de esquinas e do excesso de pardais. E nem mesmo do surgimento de bandas como Capital Inicial e Legião Urbana. Me refiro ao isolamento dos políticos eleitos que comandam a nação. Longe da fiscalização cotidiana dos eleitores, eles passaram a se sentir mais à vontade para cometer barbaridades. Sem contar com a crescente perda de contato com a realidade do País.

Os descaminhos de Brasília infligem-me uma culpa perturbadora. Razão pela qual me vejo na obrigação de propor soluções que corrigiam e restaurem a ideia original. Parei pra pensar e acho que tenho algo que merece ser compartilhado. Veja só, Lucio Costa projetou Brasília na forma de um avião. Pois bem, está na hora de dar asas verdadeiras ao seu desenho original. Em outras palavras, minha proposta é fazer de uma aeronave a nova capital federal. O principal propósito não seria levar o poder para perto do povo, mas sim, dar um emprego adequado ao talento de alguns inevitáveis e futuros eleitos como Tati Quebra Barraco, Frank Aguiar, Agnaldo Timóteo, Tiririca, Mulher Pêra. Essa caravana excursionará pelo Brasil com shows gratuitos, uma vez que seus salários já estariam pagos por você, contribuinte. Um show caro, bizarro, mas democrático.

Uma vez que esses parlamentares estivessem entretidos, isso evitaria a aprovação de uma série de leis inúteis como a criação do dia internacional do escafandrista amador. Economizaríamos também em passagens aéreas. A partir de quinta, a aeronave funcionaria como uma Kombi escolar voadora, devolvendo os ilustres aos seus estados de origem. Sei que a ideia parece estranha. Mas Brasília também é. Vejam, todos se lembram do meu governo com saudade. Tudo porque fui arrojado. Meu plano de metas tinha um slogan que cristalizava bem essa pretensão: 50 anos em 5. O mandato agora é menor, os tempos são outros, não precisamos de um crescimento tão rápido, isso pode gerar inflação. Por isso me ocorreu que um bom slogan para essa próxima gestão, que vai ter que conviver com um congresso bastante heterodoxo, seria quatro anos de quatro.

POSTADO POR: Juscelino Kubitschek

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